O Marketing que destruiu uma nação – Joseph Goebbels e a Propaganda Nazista

O Marketing da Alemanha nazista construiu um cenário perfeito – de pânico, alienação e controle. Cada imagem, palavra e ideia foi pensada estrategicamente para que a população e a mídia (depois de um tempo a mídia estrangeira também) fosse manipulada sem que existisse tanta resistência. Leia Mais: O Marketing que destruiu uma nação – Joseph Goebbels e a Propaganda Nazista.

Em diversos momentos trabalhou-se o medo de um país fragilizado por diversos conflitos, que usou também da comunicação para construir um ideal “O IMPÉRIO ARIANO”. Não foram poupados esforços. Todos os meios (como cartazes, filmes, músicas, rádio e teatro) foram usados para fortalecer a ideia de quem seriam os mocinhos e quem eram os vilões dessa história distorcida.

Dessa forma, a propaganda foi largamente utilizada no Terceiro Reich. A publicidade nazista carrega o peso de ter influenciado ideologicamente toda uma população em prol de um evento catastrófico e que manchou a história para sempre.

JOSEPH GOEBBELS, O MAESTRO DO CAOS

Joseph Goebbels era braço-direito e Ministro de Propaganda de Adolf Hitler. Com vasta experiência como cineasta, jornalista e filósofo, essa figura nuclear soube como trabalhar a psicologia em marketing. Antissemita radical, ele construiu uma rede de medo e ódio em que todos queriam um culpado pelo caos que assolava o país. Apontavam alguém para odiar sem ser contestado… e Goebbels deu a eles o que queriam: um inimigo em comum. 

Para alcançar os seus objetivos, selecionou princípios que eram constantemente aplicados em suas peças – e isso tornava a sua persuasão mais direta e eficaz. Nessa infeliz e catastrófica história, pode-se verificar um exemplo (e nossa crítica) aos usos irresponsáveis e perigosos da imagem, da psicologia das cores e dos princípios de neuromarketing em desfavor da humanidade e a favor de motivações absolutamente condenáveis.

O ÓDIO QUE UNE

Direcionar o ódio da população era um dos seus principais objetivos. Retratar judeus como diferentes e culpados fazia com que a população entregasse os fugitivos com mais facilidades. Os cartazes retratavam características e esboçavam o povo judeu como um povo que era avesso e que deveria estar sujando a superioridade que o povo ariano poderia alcançar. 

Joseph Goebbels deu um objetivo para o povo: ‘odeie e expulse aqueles que mancham o nosso amado país’, colocando os diferentes como se fossem manifestação de uma doença. Assim, fazia com que se entendesse que o futuro de todo uma raça superior estivesse sendo manchada e estragada, deixando nos ombros dos seus inimigos toda a culpa de um país antes em ruínas e humilhação. 

La propagande nazie - Photographie | Encyclopédie multimédia de la Shoah

A DISTORÇÃO QUE SE TORNOU VERDADE – Joseph Goebbels e a Propaganda Nazista

O povo era bombardeado por notícias muitas vezes aumentadas para ampliar o medo ou para incentivar o aumento do ódio. As ações dos seus inimigos são hediondas, mas a do povo ariano eram heróicos… por isso, pode-se verificar em inúmeros cartazes representações e imagens enaltecendo jovens e apoiando o partido.

O Marketing que destruiu uma nação - Joseph Goebbels e a Propaganda Nazista

Além disso, elementos naturais, domiciliares e de contato com família e personagens infantis foram utilizados em fotografias do Fuhrer como forma de humanização de sua figura.

ORQUESTRANDO UMA FALSA UTOPIA 

A publicidade para retratar o povo alemão era repleta de poses heróicas, sorrisos largos, meninas angelicais e felizes. Tudo isso fazia crescer empatia pela causa nazista, o que tornava a causa um motivo nobre para se lutar. Porém, para que não houvesse chance de que a publicidade fosse questionada, omitir partes da realidade era importante. Bombear o povo por notícias fazia também com que se sentissem sufocados – e, com isso, mais vulneráveis.

Tudo era uma fachada, mas o povo e os outros países não poderiam perceber facilmente. Para manter a farsa, foi construído um campo de concentração que não passava de um cenário, para que a mídia e o povo pensassem que os excluídos estivessem sendo bem cuidados.

Nesse sentido, pode-se verificar uma sequência de ilustrações que bombardeava a população com o ideal de bem e mal, o heroísmo e a coragem contra inimigos que representavam a doença, a miséria e a vergonha.

UMA MENTIRA DITA MIL VEZES TORNA-SE VERDADE

Joseph Goebbels, junto do partido nazista, foi responsavel por influenciar e alimentar a sede de sangue do povo alemão. Com sua influência e conhecimento, criou pilares de manipulação que mostraram o quanto um marketing bem (nesse caso, mal) trabalhado, mesmo que distorcido, poderia ser influente e efetivo.

Referências

ADORNO, T. W. A Indústria Cultural. In: COHN, G. (org.) Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo: Nacional, 1978.

COMPARATO, F. K. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. São Paulo. Saraiva: 2010.

SANTOS, V. C. N. Luz, Câmera, Hitler! Cinema e Propaganda a Serviço do Nazismo. VI Simpósio Nacional de Historia Cultural. ISBN: 978-85-98711-10-2.

TADA, Elton S.; GRACINO, Laíssa. A PROPAGANDA NAZISTA – técnica, alienação e uma aproximação a partir de Paul Tillich. Revista Eletrônica Correlatio v. 17, n. 2 – Universidade Metodista de São Paulo, 2018.

O Marketing que destruiu uma nação – Joseph Goebbels e a Propaganda Nazista

Por Eduarda Mariano – 220MKT.